Locução infantil: Como trabalhar com os pequenos?

Quem nunca ouviu aquela voz fofa de criança no rádio, na TV e não ficou babando? Pois é! A publicidade quando é voltada para o público infantil ou quando trata de diálogos entre pai e filho, por exemplo, requer um trabalho especial em busca de vozes infantis. No entanto, não basta ser criança, é preciso ter talento também.

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Um dos grandes problemas nesse meio é que não é fácil encontrar uma criança talentosa e disposta a fazer gravações, o que é extremamente normal. Crianças ainda preferem outros tipos de brincadeiras. Nisso, cai-se num ciclo vicioso: locutores adultos passam a dublar vozes infantis. Para bons ouvintes, meia palavra basta.

Há muito que levar em conta quando o texto pede voz de criança, pois geralmente os pequenos participam de comerciais porque o pai ou a mãe está trabalhando na atividade e passam a “treinar” os filhos para tal, e muitas vezes, as crianças não querem fazer esse tipo de “brincadeira”. E uma das principais perguntas a se fazer é:

O seu filho quer mesmo fazer isso?

A maioria das crianças adora gravar e reproduzir sua voz. Thiago Braun, 10 anos, sempre se empolgou ao ver a mãe, a locutora Paty Braun, trabalhando, tanto que com o incentivo e empurrãozinho dela, ele começou a gravar brincando. Gostou. Ele adora ver a forma de onda que sua voz faz no computador e fica feliz com o resultado. Thiago, apesar da timidez, começou a gravar pequenas falas aos três anos de idade e não pensa em parar. E não falta trabalho. O pequeno locutor grava com certa frequência. Geralmente em campanhas de dia das mães, pais, dia das crianças, etc...

Pergunte à criança: Você quer fazer isso?

Trabalhar sem estímulo e de forma forçada não é bom pra ninguém, muito menos para uma criança. Desenvolver um projeto de locução com uma criança em estúdio às vezes pode ser frustrante. Em algum momento a criança pode simplesmente não está com vontade de gravar. Qualquer pai sabe que tentar treinar seu filho para fazer qualquer coisa pode rapidamente se transformar em um desastre. Crianças são espontâneas e ponto final.

No caso do Thiago, Paty fala que não aceita realizar trabalhos “sob pressão”, ou seja, quando o cliente pede para que o produto final fique pronto o mais rápido possível. “Dessa forma, eu teria que passar certo estresse pra ele, o que não é bom. Quem prioriza a excelência no trabalho, sabe que tem que respeitar o ritmo da criança”, enfatiza a mãe.

E o cachê?

Essa é uma oportunidade para trabalhar a educação financeira junto à criança. Pode ser o momento de explicar que o seu comprometimento com o trabalho gera um retorno financeiro e um extra na mesada, e que isso pode trazer diversos benefícios.

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No caso do Thiago, a metade do cachê vai para poupança dele e a outra parte fica com ele pra gastar como preferir.

Bate-bola

Linda Coelli: Que tipo de gravação você mais gosta de fazer?

Thiago: Adoro fazer diálogos. Gravar sozinho é meio chato.

Linda Coelli: Pretende seguir a carreira da sua mãe? Caso não, o que você quer ser quando crescer?

Thiago: Não pretendo fazer locução assim como a principal fonte de renda. Eu quero ser engenheiro civil ou algo relacionado à informática/programação/internet.

Assim como o Thiago, é possível encontrar muitos locutores mirins pelo Brasil. Você conhece algum?

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Até a próxima!

 

 

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